sexta-feira, 11 de setembro de 2009


11 de Setembro de 2009 - 16h15
Crescimento do PIB é trunfo para governo nas eleições de 2010
O crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano com um em relação aos primeiros três meses do ano foi comemorado no mundo político, principalmente pelos governistas, que vêem nos indicadores econômicos um trunfo político para o governo. O resultado do PIB aponta para um acerto das medidas adotadas para o enfrentamento da crise econômica internacional.
O fim do período que caracterizou uma recessão técnica na economia brasileira e a perspectiva de aceleração gradativa da atividade econômica daqui para frente têm repercussão direta no cenário em que serão disputadas as eleições presidenciais de 2010. O governo vai tirar proveito do cenário econômico nas próximas eleições.O senador petista Delcídio Amaral (MS) disse nesta sexta-feira (11) que o crescimento da economia de 1,9% é uma demonstração clara de que o país deixa para trás os efeitos da crise financeira internacional. Ele destacou que apesar dos bons índices de recuperação o governo ainda terá desafios para manter a sustentabilidade desse crescimento em 2010. A seu ver, investimentos em infraestrutura com foco no setor de energia serão fundamentais para garantir uma retomada ainda mais forte do crescimento do PIB.Especialista no setor, o petista considera que o Brasil é o país que tem hoje maior potencial de diversificar sua matriz energética com melhor aproveitamento de fontes renováveis. Ele citou, por exemplo o fato de o país ter 45% de sua fonte de geração de energia em hidrelétricas. É necessário, no entanto, garantir a integração de novas fontes, como a nuclear, para que se possa manter a capacidade de geração nos períodos de estiagem, quando a vazão dos rios é menor, ponderou o senador.Para efetivar essas obras e integrar estas diversas fontes o governo terá que redobrar os esforços nas parcerias público-privadas (PPP). “O governo não tem dinheiro para bancar tudo isso sozinho”, destacou.Medidas acertadasO presidente da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade do Senado, senador Francisco Dornelles (PP-RJ) destacou que o resultado do PIB no segundo trimestre é resultado das políticas públicas adotadas pelo governo para diminuir os efeitos da recessão mundial. Ele fez referência a redução dos impostos, da taxa de juros e dos spreads bancário, além da ampliação do crédito. O senador advertiu que ainda é cedo para a equipe econômica pensar em acabar com incentivos concedidos no início da crise como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automobilístico. O líder do PDT, Osmar Dias (PR), também defendeu a preservação por mais tempo de alguns incentivos concedidos na fase aguda da crise mundial. Ele apontou ainda como medidas que o governo deve manter para garantir o crescimento a regularidade da irrigação do crédito e a política de preços mínimos para que não seja reduzida a área de plantio.Otimismo dos ministrosOs ministros da área econômica do governo reforçaram, em entrevistas nesta sexta-feira, o cenário otimista que sustentam para a economia brasileira, com a previsão de um número positivo do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e um crescimento ambicioso de pelo menos 4,5% para 2010. "O Brasil voltou a crescer", comemorou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que previu um "Natal gordo" para os brasileiros ainda neste ano. O tom das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou ainda pela convicção de que a taxa de investimento também deverá apresentar sinais concretos de evolução a partir do último trimestre deste ano.

De BrasíliaCom agências

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

12/09/2008

Bolívia: Declaração da Esquerda Marxista (ao Presidente Lula)
Esquerda Marxista
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Solidariedade ao governo e povo Boliviano

Ao Presidente Lula
Ao Ministro Celso Amorim

1. Com surpresa e indignação tomamos conhecimento das declarações do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, no último dia 9 de Setembro, sobre os acontecimentos na Bolívia:

"Estamos analisando a forma como o governo boliviano poderá garantir a integridade da rede de gasodutos" e acrescentou que o governo brasileiro está disposto a "abrir os contatos diretos com os governadores do Oriente, se necessário." (Washington Post, 9/9/2008).

A isto se soma uma absurda iniciativa de se dispor a mediar um “diálogo entre as partes” como se não se tratasse de ações fascistas das oligarquias bolivianas contra um governo com enorme apoio popular. Tratar os bandos fascistas de igual para igual com o governo da Bolívia é tentar dar-lhes legitimidade e ajudar a dividir a Bolívia.

2. Qualquer sindicalista, trabalhador, socialista e democrata pode se perguntar: Como é possível o governo brasileiro abrir diálogo com os representantes da oligarquia boliviana fascista e golpista?!

3. Estes golpistas fascistas que iniciaram uma tentativa de golpe contra o governo de Evo Morales são os mesmos que estão tentando dividir a Bolívia para impedir o avanço da revolução que se aprofunda na América Latina.

4. Seu objetivo é liquidar as conquistas que a luta dos trabalhadores bolivianos impôs, como a nacionalização do gás e do petróleo.

5. O recente resultado do referendo revogatório de 10 de Agosto foi uma demonstração de força e combatividade das massas bolivianas que não aceitam um retrocesso após os grandes combates de 2003, 2005 e da vitória eleitoral de Dezembro de 2005.

6. A realidade é que após ser derrotada no referendo, a burguesia boliviana, com o apoio do governo dos EUA, abriu uma ofensiva contra o governo de Evo Morales, saindo da propaganda de divisão do país e se transformando em um combate aberto e violento.

7. O embaixador dos EUA, Philip Goldberg, se reuniu na quinta, 10/9/2008, com a prefeita de Chuquisaca, Savina Cuellar, em Sucre, e com a organização ultra-racista Comitê Interinstitucional, que em 24 de Maio humilhou vários camponeses desnudando-os e fazendo-os pedir perdão de joelhos na praça principal da cidade. Dias antes o embaixador dos EUA se reuniu em Santa Cruz com o prefeito Rubén Costas, o chefe público da conspiração reacionária e fascista. Assim, tem toda a razão Evo Morales em expulsar o chefe da conspiração, o embaixador Philip Goldberg.

8. O objetivo do imperialismo e da oligarquia boliviana é claro. Já vimos este filme. Em 11/9/2008 fez 35 anos que a burguesia chilena, com o apoio do governo dos EUA, assassinou o presidente Salvador Allende e iniciou uma das mais sangrentas ditaduras do mundo. É isto que o governo Bush e os governadores dos departamentos orientais da Bolívia pretendem.

9. A sabotagem e explosão de gasodutos, o lockout dos setores patronais divisionistas e forças reacionárias na Bolívia são a prova que quando os interesses dos poderosos são tocados ou ameaçados eles não recuam frente a nenhuma consideração “democrática”.

10. O jornal “O Estado de SP” declara cinicamente em editorial: “Nos últimos dois anos, na Bolívia não há lei a respeitar nem instituições que funcionem regularmente. O país está à mercê do arbítrio de um presidente que insiste em instituir uma forma de governo sui generis, baseado numa ideologia nacional-indigenista anacrônica e irresponsável, e um regime autoritário, à semelhança do que seu mentor Hugo Chávez vem praticando na Venezuela. A oposição, por sua vez, não tendo instituições às quais apelar, está compreensivelmente reagindo nos termos em que Evo Morales colocou a disputa: com atos de arbítrio, a mobilização dos movimentos cívicos e políticas de fatos consumados.” (OESP, 10/9/2008 – grifos nossos). Esta é a burguesia “democrática” brasileira que para defender seus interesses não hesita em rasgar as leis, desconhecer suas próprias instituições e agir de armas na mão.

11. O governo brasileiro tem a obrigação mínima de rechaçar qualquer tentativa de negociação direta com os governadores golpistas e de reafirmar a soberania da Bolívia sustentando o governo Evo Morales contra toda tentativa de golpe.

Nenhum acordo com os golpistas fascistas da Bolívia!
Todo apoio ao governo Evo Morales contra os golpistas e o imperialismo EUA!
Viva a revolução do povo boliviano!

São Paulo, 12 de Setembro de 2008
Esquerda Marxista